“As Maltratadas” no IMDB e foi selecionada para os festivais internacionais da Irlanda e África do Sul
Meus caros,
A curta metragem “As Maltratadas” já está representada no Imdb, assim como já têem uma página individual todos os técnicos e elenco que nela participaram! AGRADEÇO A TODOS,MAIS UMA VEZ QUE MOSTRARAM QUE É POSSIVEL FAZER BONS PROJECTOS CINEMATOGRÁFICOS EM PORTUGAL! E como prova disso é que As Maltratadas já foi selecionada para 3 festivais: Irlanda, Montreal e Africa do Sul.
Agora deixo-vos com um texto escrito por um amigo a prepósito da sua participação no filme , que escreveu umas linhas muito simpáticas- Miguel Mariano (Editor,colorista,critico de cinema):
“A minha experiência neste filme começou com um convite para me juntar a “um filme de uma realizadora vinda da América”. Mal sabia eu que este seria o ponto de partida onde tudo o que poderia acontecer na minha vida dentro do audiovisual…aconteceu. Neste filme tive a oportunidade de trabalhar com pessoas de várias culturas (Portugal, Brazil, E.U.A., Catalunha) e de inúmeras capacidades técnicas (sonoplastia, caracterização, performance, etc).
Só por estes dois pontos (várias culturas e técnicas envolvidas) presentes na produção, foi só por si uma experiência muito enriquecera para a minha pessoa, onde aprendi muito a nível pessoal e técnico. Mas há também a acrescentar os temas (violência doméstica e trafico de mulheres), que sendo cada vez mais pertinentes são também, infelizmente, cada vez mais recorrentes, segundo notícias que nos chegam todos os dias.
O facto de Ana Campina juntar a técnica e teoria cinematográfica como ‘veículos’ para carregar a mensagem para denunciar estes temas que afligem milhões de mulheres em todo o Mundo é de louvar. Isto também implicou, dentro do cargo que ocupei no filme como editor de vídeo, que o meu trabalho de ajudar a Ana Campina moldando a sua visão na forma do filme tivesse uma acrescida responsabilidade.
Responsabilidade essa que abracei sem pensar duas vezes, apesar do desafio: a mensagem deveria passar através das mais variadas componentes audiovisuais (cor, som, sequência de imagens, ritmo das mesmas, etc) sem sacrificar a integridade do filme ao recorrer ao tão visto tipo de filme onde a sua mensagem é ‘esfregada’ na cara dos espectadores que nem um telefilme especial da tarde.
Creio que conseguimos fugir a essa “tentação” através das nuances subtis da cor demonstrando os sentimentos das personagens e o tipo de narrativa que desenvolve no filme; ou por exemplo através do ritmo ‘louco’ na já famosa cena da cozinha que tão habilmente ‘brinca’ com as normas temporais narrativas; ou mesmo ainda na maneira como o filme usa o som habilmente seja através composição acústica que ‘carrega’ e expande a narrativa, mas também pela ausência do som em certas partes do filme, que a meu ver numa bela decisão de realização, ajuda a compor a narrativa.
Por tudo isto, posso dizer que foi um prazer participar nesta “escalada montanha acima” com os seus altos e baixos como todas as produções a têm, onde Ana Campina fez algo ‘hercúleo’ ao juntar uma centena (!) de pessoas numa curta-metragem. Números estes de pessoas envolvidas em produções cinematográficas portuguesas, por norma, só se consegue ver em longas-metragens. Creio que só por isto, já demonstra bem a força do projecto. Agora, todas estas ideias e sensações ficam nas mãos dos espectadores que após o filme terão muito que falar e pensar sobre estes temas, como todo o bom cinema consegue junto das suas audiências.”
Miguel Mariano
Aprendi muito